Em algumas esquinas eventualmente
encontrava algum amigo da época de ensino médio. Eles agora eram
universitários. Ciências sociais, cinema, artes cênicas, história,
jornalismo... “E você, o que anda fazendo da vida?” A pergunta correta seria “O
que eu ando fazendo COM a minha vida?”, pensava enquanto alegava que trabalhava
como recepcionista em uma empresa qualquer.
Um dia, ao dirigir-se até o vidro de um carro na
prospecção de um novo cliente, deparou-se com um desses antigos amigos.
Congelou. Ele, claramente embriagado, não demonstrou surpresa alguma ao vê-la
ali. Ao contrário. Ao constatar que se tratava de uma amiga sentiu-se no
direito de fazer com ela tudo o que sempre quisera. Tudo mesmo. E fez.
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