Finalmente aconteceu, oh lord
finalmente. Já estava cansada daqueles pés rapados que culpavam a esposa por
não sentirem mais tesão, mas a trancafiavam em meio a múltiplas tarefas
domésticas sem deixar nem uma graninha pra manicure. No fim era sempre aquele
mimimi “ah quando nos casamos ela estava sempre arrumada, agora engordou 10
quilos e só usa pijama”. Porcos, estes são os piores, os mais
fétidos, os mais grotescos. Mas hoje não, hoje foi o dia de sorte. O carro
importado parou e fez sinal. Quando entrou nem acreditou. Que homem, senhor,
que homem. “Podem me apedrejar que pra ele eu dou até apedrejada”. Quando ele
entrou no hotel caro jurou que era algum tipo de brincadeira. Mas quando ele a
despiu vorazmente viu que era real, carnal. Deu de quatro, de lado, e, se
duvidar até de ponta cabeça, enfim, fez tudo, tudo mesmo. E essa é a história
do dia em que ela não cobrou pelo serviço. Por quê? Porque foi a única vez
desde que entrou nessa vida que conseguiu gozar.
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