Geni acordou, não de um sono, mas do estado anestésico que entra depois de uma noite de trabalho, e decidiu ceder ao impulso de carência que lhe tomou a mente. Tentou ir ao cinema, à praça central, à rua XV, à lojas de departamentos, à academia e até em velórios, mas não encontrou ninguém. Resolveu procurar uma agência de namoros, preencheu todos os dados, e no lugar da profissão disse que era empresária, o que não deixava de ser verdade. Um dia, enquanto ainda estava no estado letárgico, o telefone tocou. - alô? - boa tarde sra. Geni (nunca ninguém usou esse pronome com ela), aqui é da agência de namoro, temos um interessado compatível com o seu perfil. Podemos marcar um encontro? Geni, meio trêmula, respondeu - Claro, mas tem que ser na terça, fim de semana eu trabalho muito e só tenho segunda pra descansar. Ok, estava tudo agendado. Ela passou a semana imaginando que aquele encontro poderia mudar a sua vida e que, quem sabe, poderia até se livrar daqueles caras imundos pra quem vendia não só seu corpo, mas também um pouco daquilo que chamam de alma. Pobre Geni, apesar da vida que leva, não coconsegue abandonar a ingenuidade. Era terça, dia do encontro. Geni se arrumou da maneira que podia e foi. Ao chegar na agência quis morrer, o seu pretendente era um dos clientes mais escrotos que já tinha atendido. Voltou pra casa mais puta do que já é. No fim, aprendeu a lição e acabou entrando novamente em um grupo de sexo casual do bate papo da uol.
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