sábado, 31 de agosto de 2013

13 - Geni e o zepelim

Seu corpo pedia socorro, mas ela só pensava na conta de aluguel. Um cliente atrás do outro e a saúde cada vez mais debilitada. Geni ouvia Chico Buarque e sonhava com o comandante de um zepelim. Mas isso nunca aconteceu. Depois percebia que nunca poderia ser de um só, que preferia ser apedrejada, humilhada, suja com o resto dos que se dizem humanos, do que pertencer a alguém. A verdade é que Geni era do mundo mas não cabia em lugar algum. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

12 - Das ilusões

Ele vinha religiosamente todas as terças a noite. Como era cliente fixo, Geni o recebia em sua própria casa. Seria seu cliente preferido se não tivesse o péssimo hábito de dormir logo após o primeiro orgasmo. Geni, sempre tentando ver o lado bom da vida, deixava que ele passasse a noite ali mesmo, dormindo ao lado dela. Em troca fantasiava ser sua esposa e colocava os braços dele sobre seu corpo. Foi o mais próximo que Geni chegou ao que chamamos de casamento.